"Nosso cérebro está sempre mudando, criando e desfazendo conexões, formando novas redes, e isso resulta em novos pensamentos" Afirma Rodrigo de Almeida Ferreira, psiquiatra.
Desenvolvida nos anos 60 pelo psiquiatra norte-americano Aaron Beck, a terapia cognitivo-comportamental, também conhecida como TCC, é uma abordagem psicoterapêutica baseada na combinação de conceitos do Behaviorismo (teoria que estuda a psicologia humana por meio da observação do comportamento) com teorias cognitivas (estudos sobre o processo de obtenção do conhecimento humano).
“A terapia cognitivo-comportamental entende que o que afeta o ser humano e a maneira como ele interpreta os acontecimentos pelos quais passa, e não os acontecimentos em si. Melhor dizendo, o modo como cada pessoa avalia, sente, vê e pensa a respeito de uma situação é o que pode lhe gerar tristeza, dor, incômodo ou outras sensações”, explica Roberto Debski, psicólogo e médico clínico geral.
Técnicas de tratamento
Segundo Roberto Debski, o principal objetivo da terapia cognitivo-comportamental é ajudar o paciente a encontrar e utilizar novas possibilidades de pensamentos funcionais que lhe possibilitem uma melhor adaptação a sua realidade social.
Por isso, a TCC possui técnicas específicas para o tratamento do paciente. De acordo com a psicóloga Elaine Di Sarno, esses manejos são voltados para o registro de pensamentos disfuncionais, questionamentos reflexivos, estruturação do processo de conhecimento, além de treinos de habilidades sociais e técnicas comportamentais, como a tomada de decisões e o controle dos pensamentos.
A Psicoterapia ajuda o paciente a lidar com as questões do dia a dia.
Além de auxiliar os pacientes a lidar com os acontecimentos, a terapia cognitivo-comportamental oferece outros benefícios. “A pesquisa e a prática clínica mostram que a TCC é efetiva na redução de sintomas e taxas de recorrência, com ou sem medicação, em uma ampla variedade de transtornos psiquiátricos, como ansiedade, depressão, transtorno obsessivo-compulsivo (TOC), crises de pânico, transtornos de humor, anorexia nervosa, transtorno dismórfico corporal (TDC) e jogos patológicos”, explica a psicóloga Elaine Di Sarno.
Para quem a TCC é indicada?
De modo geral, todos podem se beneficiar com a terapia cognitivo-comportamental, seja criança, adulto ou idoso. “A TCC serve para qualquer pessoa que perceba que tem problemas, conflitos e sintomas que lhe limitam a vida, e que esteja em busca de se sentir melhor, transformando seus pensamentos e sentimentos”, afirma Roberto Debski.
Qual a duração do tratamento de psicoterapia?
O tempo de duração de um tratamento com a abordagem cognitivo-comportamental varia de pessoa para pessoa. O psicólogo Ricardo Carvalho esclarece que alguns pacientes recebem alta entre quatro e oito meses após o início da terapia. Casos mais graves, no entanto, podem permanecer em acompanhamento por até quatro anos.
TCC e o uso de medicamentos
Como em outros tipos de psicoterapia, a abordagem cognitivo-comportamental também pode ou não ser alinhada ao uso de medicamentos. “Tudo vai depender da gravidade e dos sintomas do paciente. Algumas vezes, se faz necessário o uso de remédios, por exemplo, antidepressivos, visto que as alterações nos sistemas neurotransmissores podem derivar das interações do indivíduo com o ambiente”, analisa Elaine Di Sarno. Caso necessário o medicamento, o paciente será encaminhado para um psiquiatra, só ele pode receitar.
Diferenças entre TCC e demais psicoterapias
Para o psicólogo Ricardo Carvalho, um tópico que diferencia a abordagem cognitivo-comportamental são as suas respostas positivas. “É a mais testada com critérios sólidos até hoje. Nesse sentido, do ponto de vista estatístico, é a que mais entrega resultados benéficos. Não nega a passagem do tempo e o momento social, se adapta ao novo sem perder a validade”, finaliza.
Fonte: https://www.nsctotal.com.br/noticias/entenda-como-funciona-a-terapia-cognitivo-comportamental - *Por Agnes Faria
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